Já parou para pensar em como nós evoluímos nos últimos anos? Se formos contar em relação à tecnologia e suas inovações na indústria, este salto na evolução é cada vez maior. Apesar de já termos ido muito além na tecnologia industrial, é um erro pensar que não temos mais crescimento pela frente. É neste ponto que entra em questão um conceito que está cada vez mais popular: a indústria 4.0. Este termo, em linhas gerais, é utilizado para caracterizar a utilização do que há de mais moderno para produzir bens de consumo: big data, internet das coisas, inteligência artificial e muito mais. Podemos dizer que, em suma, nada mais é do que a continuação do aperfeiçoamento das máquinas, um processo que começou na primeira Revolução Industrial e nunca mais parou. Aqui, iremos apontar alguns dos princípios, características e outras curiosidades da indústria 4.0, a fim de explorar um pouco mais a fundo sobre este conceito, sempre partindo do ponto de vista de que o avanço da tecnologia é inevitável e, por isso, não deveria ser encarado como uma coisa ruim. É nestas horas que devemos, então, buscar compreender o momento a qual estamos inseridos e, a partir daí, melhor aproveitar os impactos positivos e minimizar os negativos. Esse conhecimento é importante principalmente para gestores e empreendedores. Afinal, na maioria das vezes, eles são os responsáveis por implementar as novidades na prática. Seja na sua linha de produção, nos processos internos de sua empresa ou nos produtos e serviços que comercializa. Acompanhe!   Indústria 4.0 e o seu conceito: a tecnologia industrial indo além Após as revoluções industriais as quais nós vivenciamos, a indústria 4.0 chega como um conceito de indústria proposto para englobar as principais inovações tecnológicas dos últimos anos, principalmente no que se diz respeito aos campos de automação, controle e tecnologia da informação, aplicadas aos processos de manufatura. A partir de Sistemas Cyber-Físicos, Internet das Coisas e Internet dos Serviços, os processos de produção tendem a se tornar cada vez mais eficientes, autônomos e customizáveis. E isso tudo é aplicado à manufatura, sob o ponto de vista da transformação de matérias-primas em produtos de valor agregado, já que a manufatura, em termos de sua tradução do latim, designa um trabalho artesanal, ou seja, feito à mão. Neste quesito, é notável que a indústria é incompatível com a ideia de fazer as coisas de forma manual. Você pode estar pensando “ok, mas qual a novidade disso?”. Sim, até porque já faz muito tempo que as mãos dos trabalhadores das indústrias estão, há muito, sendo substituídas pelo trabalho das máquinas. E, em contrapartida, ainda continuamos avançando na automação, ou seja, na capacidade dessas máquinas trabalharem sem nenhum operador humano no comando. Podemos entender isso quando pensamos na robótica, com seus sistemas previamente programados para que os equipamentos desempenhem determinadas funções sozinhos – o que também não é muito recente. É neste ponto que a indústria 4.0 traz um salto tecnológico no sentido de elevar essa automação à máxima potência, permitindo aos robôs desempenharem funções cada vez mais complexas. E não estamos falando apenas do operacional, como soldar duas placas de aço, mas também de tarefas que pensávamos serem exclusivas de nosso intelecto: são algoritmos que fazem as máquinas analisarem dados em uma velocidade que um humano não conseguiria em uma vida inteira. No final, podemos dizer que a indústria 4.0 é a realidade na qual a tecnologia industrial está cada vez mais eficiente: mais inteligente, mais rápida e mais precisa. E, claro, mais  independente. Indústria 4.0 Quais são os princípios da indústria 4.0? Depois de entender um pouco sobre o que é o conceito de indústria 4.0, é importante dizer que o termo surgiu de um projeto de um grupo de trabalho ministrado pelo Dr. Siegfried Dais, Robert Bosch GmbH e Prof. Dr. Henning Kagermann, Acatech (German Academy of Science and Engineering), em 2012. Na apresentação, foi presidido um relatório de recomendações para o governo alemão, planejando a implementação e desenvolvimento do que chamaram de indústria 4.0. Segundo eles, seis princípios caracterizam o projeto. São os seguintes:
  1. Tempo real: a capacidade de coletar e tratar dados de forma instantânea, permitindo uma tomada de decisão qualificada em tempo real
  2. Virtualização: é a proposta de uma cópia virtual das fábricas inteligentes, graças a sensores espalhados em toda a planta. Assim, é possível rastrear e monitorar de forma remota todos os seus processos
  3. Descentralização: é a ideia da própria máquina ser responsável pela tomada de decisão, por conta da sua capacidade de se autoajustar, avaliar as necessidades da fábrica em tempo real e fornecer informações sobre seus ciclos de trabalho
  4. Orientação a serviços: é um conceito em que softwares são orientados a disponibilizarem soluções como serviços, conectados com toda a indústria
  5. Modularidade: permite que módulos sejam acoplados e desacoplados segundo a demanda da fábrica, oferecendo grande flexibilidade na alteração de tarefas
  6. Interoperabilidade: pega emprestado o conceito de internet das coisas, em que as máquinas e sistemas possam se comunicar entre si.
  Em quais pilares estão baseados a indústria 4.0? Os pilares que listamos acima se manifestam na prática graças a uma série de avanços tecnológicos que surgiram nas últimas décadas, onde este conjunto de inovações é o que chamamos de Quarta Revolução Industrial, como falamos antes. É claro que cada conceito tem suas particularidades, mas todos têm em comum o objetivo de tornar as máquinas mais eficientes. Agora, abaixo, listamos algumas das tecnologias que podemos considerar os pilares disso tudo. São eles:  
  • Internet das coisas: também conhecida pela sigla IoT (de Internet of Things), é um conceito que trata da conexão de aparelhos físicos à rede. Não se trata de ter mais dispositivos para acessar a internet, mas sim a hiperconectividade ajudando a melhorar o uso dos objetos.Isso acontece dentro das residências (televisão, ar condicionado, geladeira e campainha conectados, por exemplo). Mas também nas indústrias, com máquinas gerando relatórios instantâneos de produção para o software de gestão na nuvem.
Essa possibilidade é uma das bases da indústria 4.0;
  • Big Data: termo utilizado para se referir à nossa realidade tecnológica atual, em que uma quantidade imensa de dados é coletada e armazenada diariamente na rede.Também é um conceito-chave para a Quarta Revolução Industrial, porque são esses dados que permitem às máquinas trabalharem com maior eficiência. Eis aqui uma questão que um filósofo julgaria um paradoxo: são desenvolvidos algoritmos que permitem aos robôs tratarem e aproveitarem grande parte desses dados, afinal, os humanos não têm a capacidade de fazer isso por conta própria.A ironia é que esses algoritmos são criados por cientistas da computação, que são seres humanos;
  • Inteligência artificial: dispositivo computacional que simulem a capacidade humana de raciocinar, tomar decisões e resolver problemas;
  • Interface gráfica do usuário (GUI’s): interface do utilizador para a interação com um computador que utiliza imagens gráficas e widgets em adição ao texto para representar as informações e ações disponíveis ao usuário;
  • Dispositivos de consumo pessoal, como o Google Glass;
  • Impressão 3D: personalização dos produtos;
  • M2M (machine to machine): comunicação entre máquinas;
  • Economia Verde: formas inovadoras de geração de energia com maior sustentabilidade.
Indústria 4.0 Como a indústria 4.0 irá impactar o mundo? Podemos dizer que um dos maiores impactos causados pela indústria 4.0 será uma mudança que afetará o mercado como um todo, ou seja, na na criação de novos modelos de negócios. Em um mercado cada vez mais exigente, muitas empresas já procuram integrar ao produto necessidades e preferências específicas de cada cliente. A customização prévia do produto por parte dos consumidores tende a ser uma variável a mais no processo de manufatura, mas as fábricas inteligentes serão capazes de levar a personalização de cada cliente em consideração, se adaptando às preferências. Para além disto, um outro ponto que será abalado pela quarta revolução industrial será a pesquisa e desenvolvimento nos campos de segurança em T.I., confiabilidade da produção e interação máquina-máquina. Isso mostra que a tecnologia deverá se desenvolver continuamente para tornar viável a adaptação de empresas a este novo padrão de indústria que está surgindo, onde os profissionais também precisarão se adaptar, pois com fábricas ainda mais automatizadas novas demandas surgirão enquanto algumas deixarão de existir. Dessa maneira, os trabalhos manuais e repetitivos já estão sendo substituídos por mão de obra automatizada, e com indústria 4.0 isso tende a continuar. Por outro lado, as demandas em pesquisa e desenvolvimento oferecerão oportunidades para profissionais tecnicamente capacitados, com formação multidisciplinar para compreender e trabalhar com a variedade de tecnologia que compõe uma fábrica inteligente.   Os impactos são positivos… e você está mais próximo do que imagina! Sim, como vimos acima, são vários os impactos que a indústria 4.0 trará, mas será preciso uma visão estratégica dos negócios, como por exemplo, investindo na modernização dos processos industriais, ele terá uma grande redução nos custos de produção. É claro que as coisas não são tão simples como aparenta ser e, antes de entrar com tudo na Quarta Revolução Industrial, será necessário um planejamento detalhado, tendo em vista que todos os processos mudam, além de todo o organograma da companhia em si. Ao desenvolver essa cultura organizacional de valorização da estratégia, é possível aproveitar ainda mais esses pontos positivos da indústria 4.0. Com máquinas inteligentes e o princípio da modularidade, é possível ter uma produção muito mais flexível. Desse modo, quando você identificar demandas e tendências do mercado, poderá agir com muita velocidade para colocar um novo produto na rua, por exemplo. Nesse ponto de vista, portanto, a realidade da indústria 4.0 trará impactos positivos também para o público consumidor, que terá maior acesso a produtos personalizados, de qualidade e a um custo menor.  

O mercado de trabalho na era da indústria 4.0

Quando começamos este texto, deixamos em evidência que a indústria 4.0 potencializa a automação, não é mesmo? Isso, basicamente, significa que as máquinas assumem ainda mais as funções humanas. Um bom exemplo disso é o robô jornalista da Google, que é capaz de escrever 30 mil notícias por mês. Com essa nova realidade permite que surgem novas profissiões, como o de cientista de dados, enquanto outros profissionais cuja posição deixa de existir podem ser realocados para atividades estratégicas, como sugerimos antes. Em tese, isso significa que o saldo, no fim das contas, será negativo: as máquinas inteligentes vão resultar em demissões no mundo todo. Antes que o caos se instale, governantes e economistas de vários países já se planejam com soluções para evitar este tipo de problema relacionado à indústria 4.0. Uma dessas soluções ideias propostas é aperfeiçoar o Estado de bem-estar social que vigora com sucesso especialmente em países nórdicos, como a Dinamarca do economista Erik Brynjolfsson. Em seu livro A Era das Máquinas, ele afirma que nossa sociedade precisa discutir a distribuição da prosperidade com urgência, uma vez que a indústria 4.0 trará riqueza para alguns, mas a demissão de milhões. Em 2016, uma pesquisa feita junto a empresários de 15 economias estimou que as novas tecnologias suprimiram até 7 milhões de postos de trabalhos em países industrializados nos cinco anos seguintes. Para o economista dinamarquês, devem ser consideradas soluções como o aumento de impostos ou a renda básica universal.   As qualidades que os profissionais da indústria 4.0 precisarão ter Com a chegada da indústria 4.0 e a troca de pessoas reais por máquinas cada vez mais acelerada, os profissionais terão que se renovar e encontrar meios de “sobreviver” a esta era. Aqui, selecionamos algumas das qualidades que os profissionais vão precisar ter com a quarta revolução da indústria. QI digital A expressão QI digital diz respeito à capacidade que as equipes terão de viver de fato a chamada transformação digital, no contexto de trabalho. Tal aspecto depende diretamente da capacidade de CEOs, CTOs e CIOs definirem, comunicarem e liderarem a transformação. Aqui entram qualidades digitais como o domínio das tecnologias presentes na indústria 4.0, as quais foram destacadas nos primeiros parágrafos e que precisam ser relembradas. Embora seja uma ruptura, a transformação digital não é um processo acabado. Gestão inovadora Migrar para o digital é dar mais velocidade ao processo de inovação. Uma gestão inovadora combina estratégia, criatividade e velocidade. A integração não ocorre apenas nos sistemas automatizados, mas também entre os setores e, consequentemente, entre as equipes e dentro delas. Multidisciplinaridade Portanto, o conhecimento multi e interdisciplinar será cada vez mais necessário, uma vez que equipes vão lidar com conceitos de diferentes naturezas. Criatividade Criatividade considerada uma das principais habilidades da era digital, a criatividade consiste em uma característica essencialmente humana e inesgotável. Mentes criativas são vitais para desbravar o potencial da transformação digital.   As novas formas de administração e gestão com a chegada da indústria 4.0 Como falamos acima dos pilares e princípios da indústria 4.0, bem como suas plataformas tecnológicas, as decisões serão baseadas em um conjunto de variáveis que trará alguns benefícios para a sociedade. Estes benefícios podem ser considerados: a redução de custo, economia de energia, aumento da segurança, conservação ambiental, redução de erros, eliminação do desperdício, transparência nas decisões corporativas e aumento na qualidade de vida. Dessa forma, as máquinas irão conversar entre si e resolverão as decisões como um todo, tais como se produziu, então entrega; se está sobrando estoque, então não produz; se o grão está bom, então comece a colheita. Outro fato em evidência são as dark factory, plataforma industrial 100% robotizada trabalhando no escuro, produzindo 24 horas e sem a presença de humanos no processo de fabricação. Ou gerenciar um posto de gasolina em Portugal, morando em Guarulhos, Brasil. Isso mostra, em termos gerais, que a indústria 4.0 produzirá novas formas de entendimento de administração e gestão. Será necessário criar uma agenda de absorção deste fenômeno tecnológico onde afetará a condição de oferta e demanda de produtos e serviços, sendo assim não haverá espaço para pensamentos gerenciais ortodoxo, conservadores e medíocres. A produção das empresas será medida pela gestão de indicadores observando os seguintes requisitos:
  • Adaptação em seu ambiente;
  • A vocação de produzir inovação seja empurrada ou puxada;
  • A motivadora empregada;
  • Sua espontaneidade e informalidade;
  • Seu nível de colaboração da cadeia produtiva e arena competitiva;
  • A indulgência de ser mais emocional;
  • A inteligência de ser clara em uma atmosfera ambígua;
  • Capacidade de pensamento helicoidal sobre o pensamento linear;
  • Predisposição de conversar com o todo.
Assim, podemos dizer que a tal indústria 4.0 irá cumprir um importante papel histórico de transformar a dinâmica do processo produtivo e inserir a humanidade em um contexto jamais visto. Embora novas teorias e estudos sobre processo de produção inovatório e descobertas científicas tenha sido desenvolvido, não há como negar a revolução para o mundo empresarial.   Transformação digital nas empresas A transformação digital é a marca da terceira revolução industrial. A inserção da tecnologia no processo produtivo otimizou os resultados das fábricas. Você pode até dizer que a sua empresa não foi afetada por essas tecnologias, por ser uma empresa pequena ou porque faz algum tipo de serviço tradicional, como o conserto de relógios antigos, por exemplo. Mas saiba que o ambiente digital afeta o seu empreendimento quando outras pessoas tomam conhecimento da sua empresa por meio de julgamentos de seus clientes na internet, por exemplo — sobre os serviços ou produtos, o atendimento e outras questões. Por isso, a relação constante da empresa com o consumidor é essencial, e a tecnologia pode ajudar muito nisso. Esse novo canal proporciona mudanças rápidas diante da opinião ou necessidades desses clientes, oferecendo mais qualidade no produto ou serviço. Além disso, pode acarretar outros benefícios para a sua empresa, como ampliar o número de pessoas interessadas no que ela está oferecendo ou aumentar a área de atuação do empreendimento por meio da observação da necessidade dos compradores. Não é só sobre a relação com os clientes que a transformação digital tem impacto, mas também na agilidade da reposição de estoque, no processo produtivo, na conexão das áreas administrativas da uma empresa agilizando e organizando o serviço, e ainda outros fatores. A indústria 4.0 também tem base no uso das tecnologias dentro das empresas. Nessa fase, quando várias tecnologias são utilizadas em conjunto para tornar o processo de produção mais preciso, confiável e ágil, a transformação digital será fator crucial para a sobrevivência das empresas no mercado. A inserção da tecnologia no processo produtivo, que acontece na terceira revolução industrial, tem modificado a dinâmica de produção, de gerenciamento e de relação com o cliente. A fábrica inteligente é a continuação desse processo, só que de forma mais ágil, por causa da mistura de tecnologias para potencializar os resultados da empresa. Por esse motivo, a transformação digital é a palavra-chave, tanto do presente, por meio da terceira ruptura industrial, como do futuro, com a indústria 4.0.   O cenário da indústria 4.0 no Brasil hoje Como mencionado, esse movimento de modernização da indústria ainda está em um estágio inicial no Brasil. As empresas, em grande parte, permanecem associadas aos tradicionais modelos de produção, pouco sofisticados e dependentes de processos manuais e intervenções humanas. Contudo, uma pesquisa da Fiesp indica que o grau de conhecimento das empresas com foco industrial sobre o conceito de indústria 4.0 está em uma crescente. Muitos gestores já enxergam esse movimento como uma oportunidade, e não como risco. Ou seja, a tendência é que a indústria 4.0 se inclua de maneira gradual nas empresas, conforme elas sentem a necessidade de inovar e, principalmente, sentem que estão preparadas para investir nesse campo. Segundo especialistas da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a aderência à indústria 4.0 deverá acontecer de maneira gradual: em 10 anos, estima-se que 15% das empresas do setor de manufatura já tenham esse conceito inserido em suas atividades. E não é necessário esperar o futuro chegar para perceber que há diversas oportunidades na área: o Guia de Profissões do Senai informa que, mesmo atualmente, a demanda do mercado por técnicos e tecnólogos já é superior do que as instituições de ensino do país são capazes de prover. “É importante lembrar que a indústria 4.0 tem criado novas profissões, além de transformar os atuais profissionais em personagens estratégicos dentro das corporações. De maneira geral, hoje somos agentes transformadores, não importa se gestor ou um profissional júnior, é necessário aplicar a premissa do desaprender para aprender, uma vez que estamos todos juntos entrando em uma era de novidades”, explica Tomasini. Segundo o Índice Global de Inovação, da Universidade de Cornell, o Brasil se encontra no 69º lugar. Caindo no ranking de eficiência e inovação nas últimas décadas, o país está correndo para alcançar as potências mais inovadoras, tendo subido cinco posições nos últimos dois anos. De acordo com a análise de Norberto Tomasini, “a tecnologia e a inovação deixaram de fazer parte somente do departamento de TI e passaram a ser parte do desenvolvimento estratégico das empresas. A partir desse momento, passamos a ter um avanço cada vez maior com a transformação digital o tema se tornou indispensável no dia a dia das companhias que buscam maior vantagem competitiva e melhores resultados”. De acordo com o levantamento da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a estimativa anula de redução de custos industriais em todo o país, com a migração das atividades industriais para o conceito 4.0, será de, no mínimo, R$ 73 bilhões, cifras que dizem respeito aos ganhos de eficiência (R$ 34 bilhões), redução de custos de manutenção de máquinas (R$ 31 bilhões) e também no consumo de energia (R$ 7 bilhões). A recessão econômica que afligiu o Brasil teve grande impacto na adoção dos modelos de produção 4.0, afastando investidores internacionais na indústria brasileira. Entretanto, os ares já começam a pesar menos com o crescimento do PIB em 2,8% em 2018 e de 3% em 2019, de acordo com o Banco Central. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), acompanha o PIB: registrando uma média de apenas 37,1 pontos no auge da crise econômica, em 2016, o índice atualmente aponta 58,8 pontos, o que é superior à média histórica, de 54 pontos. Isso significa que as indústrias brasileiras estão sendo percebidas como bons investimentos pelos investidores globais. Diante das oportunidades se abrindo, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) criou, em junho de 2017, o Grupo de Trabalho para a Indústria 4.0 (GTI 4.0), a fim de elaborar propostas de agenda nacional para a adoção de modelos de produção 4.0 no país. Com mais de 50 instituições representativas, incluindo agências do Governo, empresas privadas e sociedade civil organizada, o GTI 4.0 delimita as prioridades para a implementação da indústria 4.0 no Brasil, propondo agenda centrada no empreendedor e no desenvolvimento industrial do país. Mundo em fusão e a realidade cada vez mais próxima Como assim “mundo em fusão”? É simples: com a Indústria 4.0, o mundo físico está se fundindo ao mundo virtual. Um exemplo de como isso pode funcionar são os softwares da Siemens PLM. Eles são utilizados para desenvolver e testar produtos virtualmente, sem que haja necessidade de que um simples protótipo seja produzido. Com essa tecnologia, alguns produtos podem chegar ao mercado em um tempo 50% menor e com o mesmo nível de qualidade. Isso é possível graças à simulação realizada com o “gêmeo virtual”, uma imagem virtual do produto em que seus componentes individuais podem ser inseridos e testados ao longo da cadeia de desenvolvimento. Podemos ver um exemplo dessa abordagem na simulação do pouso em Marte da Mars Curiosity Rover em 2012. O pouso foi testado 8 mil vezes, com os softwares da Siemens PLM. Vale ressaltar que as tecnologias de informação, telecomunicações e fabricação estão se fundindo, isso significa que as unidades de produção tendem a se tornar tremendamente autônomas. Por isso ainda é impossível dizer exatamente como as fábricas inteligentes serão no futuro. Um cenário possível: na fábrica do futuro, as máquinas vão organizar a si mesmas, as cadeias de fornecimento vão se integrar automaticamente e as ordens de compra vão se transformar automaticamente em informação de fabricação, seguindo seu fluxo pelo processo de produção. As pessoas serão essenciais em uma Indústria 4.0, com líderes criativos e pensadores que usarão sua inteligência para conceber todos os procedimentos, além de escrever o software que transmitirá essa informação para as máquinas. Seja envolvendo métodos digitais de planejamento (realidade virtual) e impressão 3D, seja criando robôs ultraleves, as novas tecnologias para a Indústria 4.0 já são realidade. Um exemplo é a planta de controles industriais da Siemens na cidade de Amberg (Alemanha), já considerada pela companhia como o estado-da-arte global no conceito. Lá, produtos e máquinas se comunicam uns com os outros, permitindo que os próprios produtos controlem, sua produção. Como resultado, a unidade conseguiu, com o mesmo espaço físico e praticamente com a mesma força de trabalho, ampliar sua capacidade em oito vezes nos últimos 20 anos, o que significa que homens e máquinas são oito vezes mais produtivos do que há 20 anos. Indústria 4.0: prepare-se para ela! Como vimos, a indústria 4.0 pode até demorar para se difundir completamente no Brasil. Mas ela já está aí. Esta é uma tendência global inevitável: as máquinas serão cada vez mais inteligentes e os processos de produção continuarão se alterando. Em vez de temer a tecnologia, é preciso se antecipar aos desafios que a nova realidade vai trazer e pensar em maneiras de potencializar seus impactos positivos. O primeiro passo, que é buscar mais informações sobre o assunto, você já deu lendo este artigo. Em uma visão futurística dos processos de manufatura, uma rede onipresente formada por pessoas, objetos e máquinas vai criar ambientes de produção completamente novos. Fabricantes, pesquisadores e governos estão trabalhando em conjunto para explorar e implementar essa visão da fábrica conectada do futuro, que é parte do conceito de Indústria 4.0, que você deve começar a se preparar para ela. Ficou com alguma dúvida sobre a indústria 4.0, também chamada de Quarta Revolução Industrial? Deixe um comentário ou entre em contato conosco. Indústria 4.0